Deve ser bonito, sabe?
Toda aquela coisa piegas de 'estive esperando por você', que nem
comedia romântica clichê.
Porra nenhuma.
É, porra nenhuma.
Ninguém espera por ninguém, amigo. Só que a vida é tão fodida
que a gente tem que depositar esperança em algo mais.
A gente quer acreditar. Precisa acreditar. Então termina acreditando em alguém.
Aí escuta aquela música bonitinha e jura que fulano pensa em você também.
Te vem na cabeça as propagandas de margarina (sempre preferi requeijão)
e você se encaixa nos atores. Encenação.
Sabe que é fantasia, mas faz parte dela.
Que nem a sua avó querendo atender o telefone
que tá tocando na novela.
É sua isso aí, amor é publicidade e propaganda.
É quase uma desculpa.
Que nem sair de casa pra ir no bar jurando que vai
ver o jogo. Porra nenhuma. Você vai tomar cerveja, que eu sei.
Mesmo me jurando que vai beber coca-cola.
30 minutos de jogo e você já não tá enxergando nem a bola.
Só que todo porre trás ressaca no outro dia.
Ou pelo menos um mal estar na hora de levantar.
A verdade é que a gente começa só pra acabar.
Porque tudo acaba. E quando acaba você tem a impressão
que não tem mais nada.
Por isso que entre casar ou comprar uma bicicleta,
vou ver aquele filme de ação,
fumando um cigarro e esperando um comercial de requeijão.
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