quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sobre chuva e coisas bobas de ano novo

Oi.

Mas eu preciso falar. Não sei em qual ponto eu comecei a duvidar dos meus próprios sentimentos, nem em que dia resolvi deixar que eles tomassem conta de mim. Eu deixei que você tomasse conta de mim. Caralho.

Eu sou sua. Sou completamente sua. Aliás, desde o primeiro beijo eu já sabia que seria sua por muito e muito tempo. Claro que, na hora, eu não imaginava que uma noite de reveillon poderia se tornar tudo isso. Eu não imaginava que me apaixonaria por você dessa maneira. É engraçado lembrar disso até hoje, quase cinco meses depois.

Eu lembro perfeitamente da maneira como coloquei minha mão na sua perna, entre um copo de cerveja e outro, tentando parecer perfeitamente razoável que eu quisesse ficar cada vez mais perto de você. Assim, como amigas, não é? Não, não era. Mas tudo bem, porque alguns segundos depois eu estaria torcendo pra você me beijar. E me beijar, naquele contexto, não era só colocar seus lábios nos meus e tentar esquecer o que estava acontecendo a nossa volta. Me beijar significava mostrar para todo mundo que era, de uma maneira simples, inevitável que ficássemos juntas.

Eu lembro do meu sorriso bobo, da chuva fina da manhã de ano novo, da caminhada incoerente que fizemos. De cada segundo em que eu só pensava "será que isso realmente, realmente, realmente tá acontecendo?". Eu não queria saber. Eu queria que aquela manhã se estendesse para sempre. Queria te chamar pra minha cama, pro meu cobertor. Não queria descer no ônibus. Eu queria você para sempre, mas para sempre era demais.

Não sei bem quando começou, ou se houve realmente um começo, mas eu sei que senti alguma coisa diferente. Não parecia plausível e eu não encontrava nenhuma justificativa, mas, mesmo assim, ainda parecia mais forte do que o de costume. Mais forte do que três baques. Eu te quis desde o começo do começo, vamos dizer assim.

Te procurar não foi a coisa mais fácil do mundo. Cada segundo sem saber de você era angustiante. Não sabia se você iria querer ficar comigo de novo ou se havia se arrependido. A saída mais próxima era correr até você e rezar pra escutar o que eu queria ouvir. Não foi difícil roubar o número do seu celular. Não foi difícil te mandar mensagem bem no dia do seu vestibular. Azar ou não, deu certo.

Te encontrei quase uma semana depois. Foi o suficiente para não querer te largar nunca mais. Não querer te deixar dormir sozinha, não querer ir embora. Fingir que perdi o último ônibus pra casa. Foi maravilhosa a sensação de te ter dormindo no meu ombro. Não queria te imaginar dormindo com mais ninguém, você tinha que ser minha pra sempre.

E você vai ser. Não te deixo ir embora de mim, amor. Não suportaria a ideia de te ver com alguém que não pode te amar igual eu te amo. Você é minha vida. Sempre vai ser.

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