O Quarto Escuro

Você já não está onde eu costumava te encontrar.

Só mas uma garotinha de sorriso rebelde e tênis surrado que frequenta inferninhos
pra fugir de si.
Se escondendo na penumbra de becos vazios pra tentar ser o que não é.
Apoiada em deboche pra conseguir se manter de pé, já que fé nunca pode ter.

Fantasiada de oco e batom berrante, que vez ou outra se desfaz num grito rouco
cortando os bares cheios daquela gente vazia de lá.

Tudo isso pra se convencer
que é sempre errado pertencer,
chamando de amor próprio o
que é egoísmo em excesso.

Entre cenas exageradas, desculpas esfarrapadas e mentiras bem contadas,
vive catando gargalhadas no bar, é o jeito que encontrou pra se sustentar,
enquanto continua correndo sem saber de que.