quinta-feira, 11 de julho de 2013

Avalanche.

Passei a noite perdido num canto qualquer,
pensando porque a vida é esse eterno mal-me-quer.
As vezes bate uma saudade boba de um punhado de coisas que
eu não pude ter, que por mais que eu me esforce pra esquecer,
tem sempre um perfume, um bilhete ou cd, que aparecem pra me fazer lembrar.

Quando eu penso nisso, só tenho mais certeza
que eu devia ter te matado. Devia ter matado quando
vi nos seus olhos cor-de-todas-as-coisas o meu reflexo.
Foi que nem avistar uma avalanche, mas ao invés de correr
você se vira pra ela de braços abertos. Metade de
você grita em desespero "Oh seu babaca, ela só vai
te derrubar e continuar descendo".
E é assim, vai levando tudo que pode,
de você, dos outros, destruindo tudo por onde passa.
Mas o babaca só conseguiu ficar parado la de peito aberto,
respondendo "deixa me levar".

O problema dessa merda toda é que toda vez
que eu parar pra fumar um cigarro a
metade de mim que gritou pra ter corrido
vai me condenar. Não dá pra deixar pra lá
quando você é a vítima, o culpado e o juiz,
e nem sabe se houve crime de fato.

Eu devia ter te matado. Mas não matei, agora você me mata.

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